19 July 2009

E NÃO PODEMOS EXTERMINÁ-LOS?
(ou o eterno regresso da latrina)



Festa de irmãos no prédio inacabado

Chefes de Estado e de Governo de Portugal e Espanha inauguraram ontem, sexta-feira, o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, que só tem duas salas prontas. Braga abafou sob tanta segurança. (...) Como amigos, saíram aos pares de dois carros. Os chefes de Estado e os de Governo. Como amigos, trocaram apertos de mão, entre si e com os ministros encarregados das pastas da Ciência. Como amigos, sorriram para a foto de família, espreitaram juntos as placas e as pedras e os nomes e tudo o mais que havia ali para ver: um relvado aos quadrados bem alinhados, frente a uma fachada reluzente de nova, as letras INL gigantes ainda em faixa de pano.

E pronto. E convidados, uma giga-lista que mal caberia no quase nano-auditório do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). Que é isto que conta e pouco mais: uma sala, uma, que será laboratório. Todo o resto é obras, pó, um enorme estaleiro. Como amigos, os chefes de Portugal e Espanha sorriam, alheios à faixa que o PCP colou na rede do campo de jogos fronteiriço à antiga Bracalândia. "Para quê inaugurar uma obra por acabar? Quem paga a vossa festa é o povo". (...) O INL - primeiro laboratório com estatuto internacional a dedicar-se à nanotecnologia em todo o Mundo, para bem da medicina, do ambiente, da tecnologia, de tudo, em suma - só deverá começar a trabalhar a sério em Março de 2010. Depois das eleições... Mas já é "um marco histórico" que abre um "novo ciclo e dá um novo impulso à relação entre Portugal e Espanha", garantiu Sócrates. (..) O presidente português citou poetas e falou da nano-placa de dois milímetros com duas nano-assinaturas, implantada na giga-rocha trazida da pedreira de Foz Côa. Cientista até no porte, José Rivas, o espanhol director do INL, contou dos projectos. Dos 200 cientistas que com este acto público se quer acordar pelo Mundo fora, dos dez acordos de recrutamento já feitos com países da Europa e América do Norte e das 18 teses de doutoramento em curso na Península. Lá fora, o vento levantava o pó das obras. (daqui)

1 comment:

jorge said...

oh, o menino de oiro...