12 July 2009

ESTAVA A VER QUE NUNCA MAIS...


A equipa do INEM

No meio da paranoia generalizada com a gripe A, o primeiro texto da imprensa portuguesa que não cavalga o "apocalipse":

"Se quiserem ter cuidado tenham, mas não é o fim do mundo apanhar isto. É uma gripe como outra qualquer. Já tive gripes bem piores.

"Se João fosse susceptível de ser assustado nada teria sido pior do que 'a chegada dos astronautas' a sua casa, em Aveiro. Depois de discar o número 808 24 24 24 (Linha de Saúde 24) com receios de ter sido infectado com a estirpe pandémica do vírus da gripe – tinha vindo de Valência (Espanha) e tinha tosse, dor de cabeça e alguma febre – não demorou muito a que chegasse à sua porta uma ambulância do INEM com dois homens vestidos com luvas, óculos, cobertos da cabeça aos pés com fatos brancos especiais, com os pés protegidos para o levar a ele, que nesse dia até estava com menos febre do que no dia anterior".

"A crítica é comum: Não é nada como dizem nos jornais. Não é nada do outro mundo. Os jornais é que alarmam as pessoas, palavras de André. Toda a gente vai tê-la. Não há volta a dar, mas uma pessoa saudável não morre disto, avisa João".

(2009)

5 comments:

Anonymous said...

O pensamento filosófico português: Francisco Assis.


"JN: O que mais o chocou: o gesto de Manuel Pinho, ex-ministro da economia, ou a morte de Michael Jackson?

Francisco Assis: A morte é sempre mais chocante, porque é definitiva. O gesto, mesmo quando é obsceno, é sempre uma manifestação de vida."

Anonymous said...

http://www.cristorei.pt351.com/photos/originais/07726204901.jpg

João Lisboa said...

Ambos muito bons.

Táxi Pluvioso said...

Não é bem assim, mas é preciso não interromper a circulação da mercadoria, se não a economia (americana) nunca mais recupera.

sophia said...

então? se o sistema de saúde não funciona, queixamo-nos e já ninguém lê as queixas... quando as coisas funcionam e são encaradas desta forma ridícula, só penso que nós somos os melhores inimigos de nós mesmos, conseguindo ver sempre qualquer acto eficaz com um auto-miserabilismo que só mesmo os tugas merecem. Estou certa que o o tal Sr. joão estaria a escrever qualquer outro comentário depreciativo se não tivesse tido o Tx necessário. Concerteza o Sr. João que se riu do espectáculo mais o jornal que o publicou, não devem fazer ideia da organização e trabalho que existem até se chegar à acção de o irem buscar a casa.
Somos um povo indiscritivelmente miserabilista, inculto mesmo dentro dos cultos, e com uma falta de auto-estima que brada aos céus.
Em qualquer outro país a notícia viria com algum post-scriptum a elogiar as medidas rápidas e eficazes. No nosso, é tudo jocoso, demonstrando a falta de confiança que temos nos nossos profissionais de saúde, neste caso, mas até poderia ter a ver com os profissionais de outra coisa qualquer.