22 November 2009

AS "TESES DE ROMA" DO PRESIDENTE RATZINGER


"O Papa Bento XVI recebeu ontem 260 artistas aos quais pediu que não tenham medo de dialogar com os crentes, garantindo ao mesmo tempo que a Igreja quer 'restabelecer a amizade com os artistas'. (...) O Papa pediu também aos artistas que transmitam a verdadeira beleza da arte, recusando as formas de 'propaganda' e ilusão que ela por vezes traduz. 'Trata-se de uma beleza sedutora mas hipócrita, que desperta' a vontade de poder, de 'prepotência sobre o outro', assumindo o rosto da 'obscenidade, transgressão ou provocação'.

Oh quão delicioso e santíssimo matrimónio estético/teológico entre o pensamento filosófico português do Diácono Remédios e as Teses de Yenan do Presidente Mao Tsé-Tung!... *

"O poeta José Tolentino Mendonça, um dos convidados presentes, resumiu ao 'Público' a forma como leu o discurso de Ravasi [Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura]: "Ele criticou alguma arte contemporânea auto-referenciada e fechada nos seus próprios limites, mas disse também que a Igreja deixou de lado a questão estética e tem repetido acriticamente modelos do passado e não tem construído uma estética moderna e contemporânea". (aqui)

Enquanto aguardamos, então, com mal disfarçada ansiedade, o "Livrinho Vermelho" do Presidente Ratzinger, sugere-se que, numa manifestação de abertura ao "diálogo inter-confessional", o Sumo Patífice aceite considerar a proposta FlorCaveira:



* "Some works which politically are downright reactionary may have a certain artistic quality. The more reactionary their content and the higher their artistic quality, the more poisonous they are to the people, and the more necessary it is to reject them" (Teses de Yenan, Mao Tsé-Tung).

(2009)

3 comments:

RL said...

Josh Haden já, a tempo, cuidou de se precaver (Spirituals) contra iras divinas e destes seus representantes terrenos.

Anonymous said...

"There is in fact no such thing as art for art's sake, art that stands above classes or art that is detached from or independent of politics."

Bem dizia o Nietzsche: "l'art pour l'art significa: a moral que vá para o diabo!"

Lola said...

Eu tenho uma indulgência plenária assinada por um Papa.
Lembrança das freiras.
Certificado de Imunidade.
Mas o assunto é um tanto inútil.