28 February 2010

TEASER (VII)



(2010)
SAI MAIS UMA CAIXA DE ROBALOS
PARA O SENHOR DO COSTUME!...




Mas, agora, sem sucata poluidora e com Kompensam para a azia (aqui e aqui)

(2010)
SE LHE ACONTECESSE CRUZAR-SE
NA RUA COM ESTA ASSOMBRAÇÃO...










... seria tão irresponsável como os pais desta criança?



(2010)
TEASER (VI)



"Listening Wind" (Talking Heads/David Byrne)

Mojique sees his village from a nearby hill
Mojique thinks of days before Americans came
He sees the foreigners in growing numbers
He sees the foreigners in fancy houses
He thinks of days that he can still remember...now.

Mojique holds a package in his quivering hands
Mojique sends the package to the American man
Softly he glides along the streets and alleys
Up comes the wind that makes them run for cover
He feels the time is surely now or never...more.

The wind in my heart
The wind in my heart
The dust in my head
The dust in my head
The wind in my heart
The wind in my heart
(Come to) Drive them away
Drive them away.


Mojique buys equipment in the market place
Mojique plants devices in the free trade zone
He feels the wind is lifting up his people
He calls the wind to guide him on his mission
He knows his friend the wind is always standing...by.

Mojique smells the wind that comes from far away
Mojique waits for news in a quiet place
He feels the presence of the wind around him
He feels the power of the past behind him
He has the knowledge of the wind to guide him...on.

The wind in my heart...

(2010)
SHANE MACGOWAN & FRIENDS - "I PUT A SPELL ON YOU"



Shane MacGowan has gathered together a group of his musician friends to record "I Put a Spell on You" in aid of Concern Worldwide's work in Haiti. The stellar cast featured vocals from Shane MacGowan, Nick Cave and Primal Scream singer Bobby Gillespie, the Sex Pistols Glen Matlock, The Pretenders Chrissie Hynde and Paloma Faith and finally Eliza Doolittle. On guitars were James Walbourne, The Clashs Mick Jones and Johnny Depp, who recorded his parts in LA. Long-time Pogues collaborator Cait ORiordan played bass, and Carwyn Ellis played Hammond organ and piano. Drums were courtesy of Rob Walbourne and the fire hydrant was played by Mick Jones.

(2010)

27 February 2010

ESQUARTEJAR A POP

















Matthew Fiedberger - Winter Women/Holy Ghost Language School

Inicialmente publicados em 2006 e, agora, reeditados, Winter Women e Holy Ghost Language School constituem a demonstração final de que, ao lado da irmã, Eleanor – nos Fiery Furnaces –, ou sozinho, em roda livre, Matthew Friedberger mantém a zona criativa do seu cérebro permanentemente sintonizada para aquele trilho temporal em que, com audível felicidade, os Beatles esquartejavam o idioma pop em catastroficamente gloriosas fatias que, logo a seguir, reconfiguravam e baptizavam como “I Am The Walrus”, “Strawberry Fields Forever”, “Revolution nº 9” ou “Baby You’re A Rich Man”. O mesmo nicho estético no qual, em anos vizinhos, Kevin Ayers elevava o dandyismo lisérgico a forma de arte superior e Robert Wyatt, do mais profundo Rockbottom, assegurava que a Ruth era muito mais estranha que o Richard. Em formato de (extensa) colecção de canções soltas (Winter Women), ou agregadas conceptualmente enquanto rock-opera de recorte algo mais jazzy e virtualmente concebida por um Robert Moog raptado por Captain Beefheart para os anéis de Saturno (Holy Ghost), este é o tipo de matéria sonora com prazo de validade potencialmente ilimitado.

(2010)
JOVENS VÃO PARA A RUA CANTAR
E ANIMAR JANTAR DE BENTO XVI

(celebremos, pois, os valores da família)



We Are Family (carinhosamente dedicado à D. Isilda, suas vaquinhas & boizinhos, aos Motards de Cristo e aos bravos moços da camisa negra).

(2010)
COM A AGITAÇÃO FRENÉTICA QUE VAI PELO LARGO DO RATO
TEMOS ALI UMA ÓPTIMA FONTE DE ENERGIAS ALTERNATIVAS




Converting Body Movements Into Electricity

(2010)
TEASER (V)



(2010)

26 February 2010

BARALHAR OS DADOS, S.F.F.



Num dos dias em que a intempérie que ficou conhecida como Snowgeddon se abatia sobre a Costa Leste dos EUA, marquei um número de telefone de Nova Iorque, para conversar com Matt Friedberger, dos Fiery Furnaces. Exactamente na altura em que, notoriamente atrapalhado, ele, em regime de absoluta urgência, fazia os esforços necessários para encontrar quem fosse capaz de resolver uma das piores coisas que, então, poderiam ter acontecido: uma janela partida. Naturalmente, a entrevista, seria combinada para a tarde seguinte e, aí, já sob condições de temperatura e pressão mais favoráveis, foi possível esclarecer o método criativo de uma banda que, no limite, pretende deixar de ser imprescindível.

O processo de escrita das canções – fragmentárias, quase "stream of consciousness" – dos Fiery Furnaces, obedece a algum conjunto de regras particulares?
Na realidade, acaba por ser a combinação de uma série de processos diferentes. Umas vezes, existe um texto acabado para o qual, a música é concebida. Outras, a música tanto pode interferir com a organização do texto como acontecer o contrário. Ou as coisas podem surgir de momentos de improvisação e de escrita quase automática, de sequências de acordes ou de melodias dispersas, de um tópico que nos prendeu a atenção, que anotamos, e que, depois, a partir daí, vai ter a outro lugar completamente diferente. Quando estamos a moldar tudo isso sob a forma de uma canção, temos de ser extremamente críticos.



Sempre tive a ideia de que poderia ser algo de semelhante à técnica (e à estética) de montagem cinematográfica...
É verdade, no fundo, é o mesmo processo: podemos ter grandes planos, planos médios, planos de conjunto e de corte, abordar uma música sob diferentes ângulos. E isso acontece muito (em especial, no live, Remember) antes de chegarmos à fase das misturas. Não tanto naquela acepção da escultura sonora, descendente contemporânea da musica concreta, mas, de facto, mais como montagem cinematográfica.

De qualquer modo, os dois últimos discos, Widow City e I’m Going Away, abdicaram um pouco dessa lógica de puzzle...
Quisemos gravar discos que fossem uma contrapartida em relação à complexidade do live. Isso talvez, não seja evidente mas foi a nossa intenção. Pretendemos que fossem bastante directos e simples. Mas que, ao mesmo tempo, quem conhece a banda, se pudesse aperceber de como aquelas canções poderiam ter sido muito mais elaboradas. Aliás, eu nem sei bem o que é a estrutura tradicional da cancão-rock. No White Album, dos Beatles, por exemplo, há, por um lado, canções como "Cry Baby Cry" e, pelo outro, "Happiness Is A Warm Gun". Não é absolutamente necessário que as canções tenham múltiplas secções, a estrutura pode ser menos complexa.



Para chegar aí, no início, partiu de que modelos?
Quando comecei a compor, tentei imitar os Kinks, as canções mais simples dos Who, e canções soul dos anos 70, do Al Green. E não consegui!... Aos dezoito ou dezanove anos, tinha uma tal confiança que quis imitar o primeiro álbum a solo do Syd Barrett, The Madcap Laughs. Foi por aí que aprendi a escrever e a ser mais analítico e mais musical em relação a todo esse processo. Especialmente porque, sendo esse disco tão extraordinário do ponto de vista dos arranjos, fui obrigado a prestar atenção a todos os pormenores. Mas também The Fall, não pude deixar de reparar na escrita dos textos deles – por essa altura, Bob Dylan já legitimava tudo -, e a estrutura das canções do James Brown nas gravações ao vivo no Apollo, as medleys, as longuíssimas jams assentes em dois acordes... foi aí que aprendi que a transição entre as diversas partes das canções tem de ser, pelo menos, tão interessante como o refrão.



Como irá realmente ser o anunciado “silent non-record record”?
Vai ser uma caixa que conterá um livro de cerca de 200 páginas de canções com muito diversos tipos de notações: notação convencional para ensemble ou piano; outra, para quem toque apenas um pouquinho de piano ou de guitarra; outra ainda, destinada a quem esteja bastante à vontade com um instrumento... haverá bastantes instruções acerca da criação de situações musicais para quem não tocar nada de todo, mas que lhe apeteça juntar-se com amigos que se desembaracem minimamente com um instrumento, ao ponto de serem capazes de tocar as canções e, imitando-as, partirem daí para criar as suas próprias. A ideia surgiu do facto de, actualmente, devido à partilha de ficheiros, já ninguém comprar discos. Mas, mais importante do que isso, é a intenção de possibilitar aquelas pessoas que não têm o tempo ou a confiança suficientes para subir a um palco, ensaiar durante semanas a fio e transportar o equipamento para os concertos, uma oportunidade para também estarem envolvidas. Não incluirá nenhum apoio em áudio. Em determinado momento, poderá surgir um site na Internet onde se apresentarão as diferentes versões dos vários intérpretes.

Claro que irão aparecer coisas completamente diferentes das vossas propostas...
Mas é exactamente isso que nós desejamos que aconteça! Encorajamos as pessoas a não seguirem nenhum modelo, especialmente aquelas que não lêem absolutamente nada de música, a usar o livro como uma ferramenta que as estimule a tocar e a improvisar. Organizaremos, depois, uma série de espectáculos onde elas poderão mostrar os resultados a que chegaram. O livro incluirá também uma pequena sinfonia clássica mas completamente modular, desagregada, nas diversas melodias, linhas de baixo, que, cada grupo poderá reconstituir como entender. Nós participaremos de alguns dos concertos que deverão ter lugar no Outono. Nos EUA e na Europa, onde temos a esperança de, por o inglês, na maioria dos países, não ser a primeira língua, tornar as instruções e os textos das canções – particularmente se usarem os tradutores automáticos da Internet – um pouco mais abstractos e baralhar criativamente ainda mais os dados. É um projecto sem fim: idealmente, o livro deixará de ser necessário, não será imprescindível que nós estejamos presentes e o que, no termo, resultar já não terá nada a ver com o início!

(Fiery Furnaces, hoje, Santiago Alquimista, Lisboa)

(2010)
CONTRAPROPAGANDA



Ligações para aqui e aqui.

(2010)
"CLOUDBURSTING": O IMENSO PODER DA MENTE OU UMA BELA METÁFORA CINEMATOGRÁFICA ACERCA DE COMO SE RESOLVERÁ O DÉFICE (juntar os pontinhos a partir daqui, dirigindo-se logo de seguida para ali)



(2010)

25 February 2010

E AINDA DIZ O PESSOAL DO "ÍPSILON" QUE A LITERATURA PORTUGUESA NÃO É NADA QUE SE RECOMENDE NA CAMA...


Na minha meninice devorei os romances de Harold Robbins: nessas narrativas corajosas, em palavras duras, os protagonistas ficavam multimilionários e conduziam bólides nas 24 Horas Le Mans. Mal sabia o dr. Pais do Amaral que anos depois cumpriria as aspirações de uma criança intoxicada por má literatura.

O que me agradava sobremaneira nas aventuras dos canalhas mais ricos do mundo era a exibição das suas acrobacias eróticas: esses homens, leitor, tinham falos, e esses falos, leitor, só conheciam dois estados — ou estavam erectos ou, hélas, entumescidos. Pontualmente também os encontrávamos rijos, túrgidos, e até mesmo, se a memória não me falha, tumefactos — mas nunca, nunca por amor de deus se achavam moles, tenros, frouxos, indolentes ou descaídos.

Recordo um capítulo em particular, no qual o protagonista fodia uma groupie platinada com mamas grandes e botas à cowgirl no jacuzzi de uma penthouse com vista para o rio Hudson — se não foi isto, perdoem a liberdade poética. Pouco antes do orgasmo a mulher gritava com arrebatamento:

— Ben, tu és o maior!
E ele responde, entre duas bombadinhas:
— Obrigado, Mandy.
E ela retorque, triunfante:
— Eu não sou a Mandy, sou a Sandy. Mas podes chamar-me o que quiseres, desde que continues a foder.

Ao assistir à entrevista de José Sócrates na semana passada compreendi finalmente a natureza da relação entre os portugueses e o primeiro-ministro: ele pode dizer o que quiser, desde que continue a fodê-los. (daqui)

(2010)
A PUBLICIDADE DE REGRESSO AO PALEOLÍTICO


Criativo e account espreitando o target

Ver aqui e aqui

(2010)
... ALIÁS, UMA REMAKE CONTEMPORÂNEA
DE UM CLÁSSICO DOS ANOS DE OURO
DO CINEMA DO REALISMO SOCIALISTA



"Homens Que Matam Cabras Só Com o Olhar"



"Homens Que Matam o Inimigo de Classe Só Com o Olhar"

(2010)
DE COMO SE PODE ESTABELECER UM ELEGANTE RACCORD
ENTRE UM FILME AGENDADO PARA QUATRO NOITES ANTES
DO PLENILÚNIO E UM SISTEMA JUDICIAL QUIÇÁ PECULIAR
MAS QUE, É DE JUSTIÇA RECONHECÊ-LO, ATÉ FUNCIONA




Dois jovens em Moçambique violam cabra e são forçados a casar com o animal

(2010)
THE ASCENSION: THE SEQUEL



"The Ascension: The Sequel — Branca's first new album in 12 years, and first with a small band since the '80s—is his balls-out rock record. And even as a minimalist prodigy, he's embracing the cliché inherent in the title. 'That was the idea: It's the sequel, it's old-school, and it kicks ass', Branca says of this new work's behemoth crunch, obvious from the opening three-minute ecstatic shred of 'The Tone Row That Ruled the World', the infectiously coiled mind-meld 'Lesson No. 3 (Tribute to Steve Reich)', and the 20-minute cataclysmic trip 'The Blood'" (daqui)

(2010)

24 February 2010

TEASER (IV)


The Magnetic Fields - "The Book Of Love"



Randy Newman - "I Think It's Going To Rain Today"

(2010)
NAS NOITES DE 5ª PARA 6ª, O "CHEFE MÁXIMO"
NÃO DEVE PREGAR OLHO...



... e são só visões... assombrações... espectros... sombras que se movem...

... mas, para que não digam que não falei de flores --> Elza Pais nomeada "secretária de Estado do Amor"

(2010)
FANFARLO - "YOU ARE ONE OF THE FEW OUTSIDERS
WHO REALLY UNDERSTANDS US"







(2010)
ANO DO TIGRE (III)


Leonardo da Vinci - "Virgem com o menino e um gato", c.1480

"This drawing is one of a series of unprecedentedly dynamic studies on the theme of the Virgin and Child with a cat. Here Leonardo works on a compositional arrangement with the theme of the cat wriggling free from the Child, who is held back by his mother". (daqui - e todo o site merece ser visitado)

(2010)
TEASER (III)



(2010)

23 February 2010

BREVE RECAÍDA


Charles Baudelaire

Mère des jeux latins et des voluptés grecques,
Lesbos, où les baisers, languissants ou joyeux,
Chauds comme les soleils, frais comme les pastèques,
Font l'ornement des nuits et des jours glorieux,
Mère des jeux latins et des voluptés grecques,

Lesbos, où les baisers sont comme les cascades
Qui se jettent sans peur dans les gouffres sans fonds,
Et courent, sanglotant et gloussant par saccades,
Orageux et secrets, fourmillants et profonds;
Lesbos, où les baisers sont comme les cascades! (...)
(Charles Baudelaire, "Lesbos", Les Fleurs du Mal)

Texto integral em francês e inglês aqui; tradução portuguesa aqui.
FIELD MUSIC - "YOU'RE NOT SUPPOSED"



(2010)
EDITAL



77 MILLION PAINTINGS, de Brian Eno

Em 2006 Brian Eno lançou um produto que reúne ao DVD a aplicação intitulada 77 Million Paintings. O nome traduz as combinações de vídeo e música geradas por um programa destinado aos sistemas operativos Windows e Macintosh. O software consiste em 296 imagens originais (JPEG ou PNG) que se sobrepõem em camadas de uma até quatro, destinadas a ser vistas num ecrã de computador ao mesmo tempo que a banda-sonora ambiental composta por Eno para a aplicação evolui numa progressão semelhante. Na vídeo-entrevista de cerca de meia-hora que iremos mostrar, Brian Eno explica o conceito e suas aplicações, deixando-nos a olhar suspensos e fascinados para um aquário tecnológico.

* sessão apresentada por João Lisboa, crítico de música do Expresso, responsável pelo blogue Provas de Contacto. No final a música de Brian Eno manter-se-á presente pela selecção compilada para o efeito. Bebidas, como sempre, por conta da casa.
[hoje, 22.00 horas, entrada livre - Patio da Galega 20-22, Rua da Boavista 118, Santos, Lisboa]



NOGO.kino 2010
(projecto comissariado por Ricardo Gross)

NOGO.kino designa a programação de curtas-metragens e documentários que interage com as áreas privilegiadas pela plataforma NOGO onde estas projecções, em DVD e HD, têm lugar uma vez por mês. Serão mostrados trabalhos produzidos por realizadores, sobretudo nacionais, que experimentem as potencialidades expressivas do Cinema/Vídeo, ou que reportem ao universo da criação artística noutros domínios: Arquitectura e Artes Visuais. Todas as sessões contam com a presença dos autores ou excepcionalmente de um apresentador.

(2010)
ANTI-TRIÂNGULO DAS BERMUDAS



Laia - Viva Jesus E Mais Alguém

As personagens: um cabo-verdiano devorador de bossa-nova (Milton Castro) e um marialva punk com patilhas até ao peito (Hélder Almada). O conceito: uma dupla memória carregada de audições de Fausto, Brigada Vítor Jara, Ronda dos Quatro Caminhos, Gaiteiros de Lisboa e Carlos Paredes desejosa de injectar aí a espessura eléctrica do pós-rock. Estratégia: “instrumentos alterados, gravados para um computador em freguesias cosmopolitas”, entre Santa Maria dos Olivais, Santa Maria (Ilha do Sal), e Grafanil.



Funciona? Sim, por vezes, ainda com colagens e raccords excessivamente abruptos a denunciar uma técnica de transplante com problemas localizados de rejeição, mas, de um modo geral, rasgando uma via potencialmente acolhedora para o encontro da guitarra portuguesa com a galáxia-Mogwai/Godspeed e de ambas com o "spoken word" e a cava percussão dos adufes beirões. Algures a meio do Atlântico, numa espécie de anti-triângulo das Bermudas, onde nada é sugado para a inexistência e tudo é regurgitado para as alturas, em agradavelmente surpreendentes configurações.

(2010)
FALTOU UMA PERGUNTA...



... que, no caso, era a mais importante: "Acreditemos que não sabia de nada, não deu ordens nenhumas, no Freeport, no Face Oculta, no assalto à TVI & afins, até na 'licenciatura', não havia plano, trama nem conspiração. Foram os 'boys', os primos, o tio, os professores, o canário, que - ansiosos por mostrar trabalho - se excederam no zelo. Mas como é que alguém pode confiar num 'chefe máximo' que se rodeia de seres vivos destes?"

(2010)
TEASER (II)


Arcade Fire - "My Body Is A Cage"



Regina Spektor - "Après Moi Le Déluge"

(2010)

22 February 2010

BASE DE DADOS PORTUGAL CONTEMPORÂNEO



PORDATA ou como António Barreto, via Fundação Francisco Manuel dos Santos, nos retira mais uma desculpa para continuarmos a atirar palpites sem, necessariamente, os fundamentar. Obrigado.

(2010)
ESTOU CONFUSO, MUITO CONFUSO...



A manifestação "pelo casamento, pela família" abalou todos os meus valores e convicções (e, por um instante, a ortografia também). Até estava, generosamente, disposto a aceitar que "a prática homossexual não gera vida" e "homem e mulher é que é" e tal. Mas... depois...



... homens...



... só homens (a saírem do hotel)...



... mais homens...



... as puras e castas manas... assim todos em matilha monossexual... como naqueles lugares de "peccatum contra naturam"... ou será que o Pacheco se baralhou na arrumação das fotos e estas eram as da contra-manifestação?

(2010)

21 February 2010

POÇO DAR UMA OPINIAM?...


(foto daqui)

Então, prontos, é açim: não vos fás um bucadinho de confuzam que todos - mas é que sam mesmo todos - os homemssexuais sejam filhos de cazais entrossexuais? Isso é qué rialmente preverso.

(2010)
JEG HÅPER DET DE SNAKKE NORSK INNE HELVETE!


(daqui - clicar para ampliar)

(2010)
TEASER (I)


David Bowie - "Heroes"



Paul Simon - "The Boy In The Bubble"

(2010)
AINDA HEI-DE VER A D. ISILDA
A CANTAR O "BORN TO BE WILD"




Associação de Motociclistas Cristãos presente no desfile de boizinhos e vaquinhas felizes

"A visão dos Navegadores é de serem motards compassivos, autênticos, respeitadores, uma comunidade de motociclistas Cristãos dedicados a Cristo, que tenham impacto significativo na comunidade motociclista de Portugal. O objectivo é mostrar que a paixão por motos e a Cristo não têm que necessariamente ser incompatíveis!" (aqui)


Easy Rider - real.Dennis Hopper, 1969
("Born To Be Wild", Steppenwolf)


(2010)
VÁ LÁ, DESCULPEM, É SÓ MAIS UM
(dedicado, com o máximo respeito
e admiração aquele senhor...)




"Lesbian Seagull" * (Tom Wilson Weinberg)

Over rocks and trees and sand
Soaring over cliffs
And gently floating down to land
She proudly lifts her voice
To sound her mating call
And soon her mate responds by singing
Caw Caw Caw
Come with me

Lesbian Seagull
Settle down and rest with me
Fly with me lesbian seagull
To my little nest by the sea
With me that's where you belong with me
I know I can be strong when you're with me

She skims the water
At the new time to seek
Her fish and she emerges
With one squirming in her beak
She plays among the waves
And hides between the swells
She walks the beach at twilight
Searching for some shells
Come with me

Lesbian Seagull
Settle down and rest with me
Oh fly with me lesbian seagull
To my little nest by the sea
With me that's where you belong with me
I know I can be strong when you're - you're with me

And in the evening
As they watch the setting sun
She loooks at her as if to say
The day is done
It's time to find their shelter
Hidden in the dunes
And fall asleep the
Music of the moon
You and me

Lesbian seagull
You just watch the world oh my
Just you and me lesbian seagull
Side by side with me 'till we die
You and I
We can make it if we try
Our love will keep us flyin' high
Until we die...


* olháqui

(2010)
"NA PRÓPRIA NATUREZA, OS ANIMAIS NÃO ANDAM  DOIS MACHOS A ACASALAR UNS COM OS OUTROS, PENSO QUE UMA VACA E UM TOURO É QUE É, NÃO É DOIS TOUROS OU DUAS VACAS..." (ouvido na manifestação da Dona Isilda contra o casamento gay)


1) Leitura recomendada: Homosexual behavior in animals (mas, que raio!... nem era preciso esforçar o pobre do neurónio com leituras, os cãezinhos, e coiso, nunca reparou?...);

2) Entrada directa, por indiscutível mérito, para o "pensamento filosófico português";

3) Acordo total e absoluto com a palavra de ordem "O Estado não é o dono da família". É que é mesmo isso.


20 February 2010

DIA PELO CASAMENTO E PELA FAMÍLIA
GRANDE DOSSIER ESPECIAL "LESBOS" (IV)


Reading between the lines in Rodin's lesbian drawings


















(2010)
DIA PELO CASAMENTO E PELA FAMÍLIA
GRANDE DOSSIER ESPECIAL "LESBOS" (III)



Frida - Salma Hayek e Ashley Judd (real. S. Hayek, 2002)



Fingersmith - Elaine Cassidy e Sally Hawkins (real. Aisling Walsh, 2005)



If These Walls Could Talk 2 - Chloë Sevigny e Michelle Williams (real. Martha Coolidge, 2000)

(2010)
DIA PELO CASAMENTO E PELA FAMÍLIA
GRANDE DOSSIER ESPECIAL "LESBOS" (II)



Gabrielle d’Estrées e sua irmã, a duquesa de Villars
(mestre anónimo da escola de Fontainebleau, 1594)




"The Face", Setembro de 1997 - foto de Michael Sanders

(2010)
GRANDE DOSSIER ESPECIAL "LESBOS" (I)


Safo em Lesbos - Paul Avril (gravura do
Manuel d’Érotologie Classique, de Forberg, 1909)


Safo - Mariette Lydis (1894 - 1970)



Safo - Norman Lindsay (1879 - 1969)


Rafael Sanzio - Pormenor de Le Parnasse, 1510
(Safo rodeada por Horácio e Ovídio)


Safo - Simeon Salomon, 1862

(2010)

19 February 2010

ASLEEP OF THE TONGUE



When Charles de Gaulle decided to retire from public life, the British ambassador and his wife threw a gala dinner party in his honor. At the dinner table, the Ambassador's wife was talking with Madame de Gaulle:

"Your husband has been such a prominent public figure, such a presence on the French and international scene for so many years! How quiet retirement will seem in comparison. What are you most looking forward to in these retirement years?"

"A penis" — replied Madame de Gaulle, smiling.

A huge hush fell over the table. Everyone heard her answer... and no one knew what to say next.

Le Grand Charles leaned over to his wife and said:

"Ma chérie, I believe ze English pronounce zat word, 'appiness!'"
(daqui)

(2010)
MR. DOUBLE L


Temos aqui um Ricardo Rodrigues em estado de crisálida que, ainda um dia, se vai transformar numa linda borboleta. Reparem: Marcos Perestrello (nunca esquecer os dois "l" - aliás, "da Cunha e Lorena Perestrello de Vasconcellos"... já agora, também podia ser "Llorena") garante que "as escutas publicadas pelo semanário 'Sol' demonstram que ele desconhecia completamente a negociação para a participação de Luís Figo na campanha do PS". Exactamente as mesmas escutas que, também segundo elle, “não correspondem aos termos da conversa e estão absolutamente descontextualizadas do conjunto de uma longa conversa”. Ora, se as escutas publicadas demonstram que elle desconhecia o negócio mas, ao mesmo tempo, não correspondem aos termos da conversa, logo, elle conhecia o negócio. Não é, Mr. Double L?...

(2010)
DEAD ON ARRIVAL



Nada garante que a criatura-Rangel não seja, como praticamente todos os outros, farinha do mesmo saco. Mas, em entrevista ao "i", atreveu-se a tocar em duas ou três absolutas evidências acerca de educação:

- "houve um modelo de educação baseado no facilitismo e na ideia de que o aluno é o centro da educação";
- "O que é fundamental na escola é exigência e rigor no ensino";
- "Uma escola pública facilitista é a que mais favorece a estratificação social";
- "temos quase uma escola classista que, cada vez mais, aumenta o fosso entre as classes privilegiadas e as menos privilegiadas";
- "O que é que é preferível? É termos uma pessoa com 17 anos no 9º ano ou a fazer o 9º ano pela quarta vez ou uma que até aprendeu umas coisas de uma língua estrangeira, de história, de matemática, de português e que sabe ser um bom electricista aos 16 ou 17 anos? Ou um bom canalizador? O que é que é preferível do ponto de vista social? O que é que vai trazer maior mobilidade social? O que é que é melhor como valor colectivo?";

e sugere outras realmente decisivas:

- "se nós introduzirmos, por exemplo, um sistema de exames nacionais, temos uma forma automática da avaliação dos professores e de avaliação externa";
- "a melhor avaliação é sempre uma avaliação externa. A avaliação feita dentro de um corpo é sempre uma avaliação muito parcial, que ou prejudica ou beneficia";

Pelo meio, baralha-se, mete os pés pelas mãos, e, muito pior, esquece-se do essencial: a grande burla da "formação" de professores nas ESEs, Piagets e afins. Mas, repare-se bem, quem lhe cai em cima? A intocável coligação das sacrossantas famílias, dos bonzos das "ciências" da educação & os notórios e arrepiantes teórico-práticos das "novas oportunidades".

Mesmo em registo "light" e sem ter ferido a besta onde dói mais, é mais do que óbvio que as corporações já lhe fizeram a folha.

(2010)
BOUND - ANDY & LANA WACHOWSKI, 1996 (II)
(entregar em mão a "pelo casamento, pela família" - VII)


Jennifer Tilly e Gina Gershon

(2010)

18 February 2010

UM BOCADO PORNOGRÁFICA, MR. STONES E MR. DOUBLE L?!!!... AO PÉ DISSO A JENNA JAMESON É UMA NOVIÇA CASTA E PURA!

(clicar para ampliar)
(2010)
PRECISO DE VERDADE E DA ASPIRINA



Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.

Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.

Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.

(Álvaro de Campos)

(2010)