07 September 2016

"Em 1239, Luís IX, com a idade de 25 anos e rei desde há 13, adquiriu a coroa de espinhos que, durante a Paixão, Cristo usava. Colocada à venda pelo imperador bizantino Balduíno II de Courtenay, em busca de dinheiro para melhor defender o seu território, a relíquia foi cedida por 135 000 libras de Tours, o que representava mais de metade do rendimento anual do reino de França. Depois, em 1241, o rei comprou ao mesmo imperador dois lenhos da Santa Cruz, o Sangue Sagrado e uma pedra do Santo Sepulcro. No ano seguinte, ficou também na posse do ferro da lança com que o centurião Longino tinha trespassado o flanco de Jesus, da Santa Esponja que o carrasco oferecera a Cristo na sua agonia, e da cabeça de S. João Baptista. Em 1242, Luís IX é possuidor de 22 prestigiosas relíquias" (Didier Lett, "Le Monde/Histoire & Civilisation")

(mais uma) Nota a/c dos ministros das Finanças e Economia e, naturalmente, do primeiro-ministro - seria, sem dúvida, oportuno  procurar descobrir urgentemente um Luís IX contemporâneo através do qual o Estado  Português poderia (com evidente proveito) rentabilizar o seu riquíssimo espólio de santíssimas relíquias. A saber (entre tantas outras):

- a lingerie de que a senhora de Fátima se aliviou, naquele quente 13 de Maio de 1917, na Cova da Iria;
- a sandalinha que, pós-aparição, na vertiginosa ascenção aos céus, o fluxo de ar lhe arrancou do pezinho (direito);
- um farrapinho do manto que, nesse mesmo momento, ficou preso ao ramo da azinheira;
- uma côdea de carcaça (pré-milagre) e uma rosa seca (pós-milagre) da rainha Santa Isabel;
- um tufo de pelinhos da barba de Santa Liberata;
- a milagrosa imagem do Santo Condestável que derrotou o pérfido óleo Fula
- a pomadinha espiritual contra o pioderma de Madre Maria Clara.

... e também se arranja, de certeza, um Santo Prepucinho...

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